Mentor do megaassalto ao Banco Central vai seguir em presídio de segurança máxima, decide Justiça
O magistrado Raynes Vasconcelos concordou com a posição da SAP e considerou em sua decisão que Jussivan terá menor influência dentro de um presídio federal
O mentor do megaassalto ao Banco Central, Antônio Jussivan Alves dos Santos, conhecido como Alemão, vai permanecer no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. O juiz Raynes Viana de Vasconcelos, da 1º Vara de Execuções Penais de Fortaleza (CE), determinou a permanência do bandido na cadeia nesta segunda-feira, 27.
A decisão ocorreu depois de aSecretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP)pedir a manutenção de Jussivan em uma unidade federal de segurança máxima, em 5 de novembro.
De acordo com a SAP, o detento tem grande influência nas unidades prisionais do Estado e chefia uma facção criminosa na região. Para a secretaria, o condenado deve permanecer em outro Estado. O Ministério Público (MP) do Ceará também se manifestou favorável à manutenção de Jussivan na penitenciária federal.
O magistrado Raynes Vasconcelos concordou com a posição da SAP e considerou em sua decisão que Jussivan terá menor influência dentro de um presídio federal.
“Entendo por necessária a permanência de Antônio Jussivan em unidade prisional localizada em outra unidade da federação”, sustentou o juiz. “Isso porque a permanência no sistema penitenciário federal arrefece sua influência dentro e fora das unidades prisionais do Ceará, em razão do rigor adotado na segurança desses estabelecimentos.”
Presídios federais são mais rígidos, diz juiz
Vasconcelos também disse que as unidades prisionais federais realizam um acompanhamento mais rígido do detento, com o objetivo de impedir o planejamento de uma nova tentativa de fuga.
“A gravação das conversas mantidas entre os presos e suas visitas dificulta a comunicação entre o apenado e os demais membros de sua organização”, afirmou Vasconcelos. “Impedindo, assim, o planejamento de novos crimes e, até mesmo, de nova tentativa de fuga.”
A defesa de Jussivan afirmou que a transferência dele para um presídio federal teve base em um falso plano de fuga. Ainda disse que a SAP não possui indícios de violação prisional nem elementos que indicassem a influência do detento na tentativa de fuga de outro preso, que aconteceu em agosto de 2017.
Tentativa de fuga
Em 2016, Alemão foi transferido de uma unidade prisional de São Paulo para a Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, município da Grande Fortaleza. Em agosto de 2017, criminosos invadiram o presídio e tentaram resgatar internos, entre eles Jussivan.
Os bandidos entraram em confronto com policiais militares e agentes penitenciários. Alemão chegou a ser baleado com três tiros no abdômen e foi socorrido. Depois, passou para o Presídio Federal de Catanduvas. Ele foi condenado por furto, formação de quadrilha e uso de documento falso.
Relembre o megaassalto ao Banco Central de Fortaleza
O crime foi descoberto em 8 de agosto de 2005 por funcionários da sede do Banco Central, na capital do Ceará. Na ocasião, os servidores encontraram um buraco de 1,1 metro de largura no chão do caixa-forte do edifício.
A polícia descobriu que o buraco na sala dava acesso a um túnel de cerca de 80 metros de extensão. A estrutura tinha início em uma casa próxima ao prédio do banco.
Os bandidos levaram R$ 164 milhões. No total, foram furtadas mais de 3 toneladas de notas de R$ 50.
Nos anos seguintes, foram indiciadas e condenadas mais de cem pessoas. Cerca de R$ 40 milhões foram recuperados.
