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Caso de Atibaia: relator vota por aumentar pena de Lula a 17 anos

 O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decide, nesta quarta-feira (27/11/2019), se vai anular a sentença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia ou se mantém a condenação do petista a 12 anos e 11 meses de prisão.

O desembargador federal do TRF-4 João Pedro Gebran Neto decidiu por manter a condenação do ex-presidente petista pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele é o relator do caso.

Em seguida, elevou a pena do petista para 17 anos, 1 mês e 10 dias. Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão na 1ª instância.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, recentemente, que o réu delatado (neste caso, Lula) deve apresentar as alegações finais depois do réu que é delator (Marcelo Odebrecht).

Gebran também votou para condenar o dono formal do sítio de Atibaia, Fernando Bittar, e os empresários Marcelo e Emílio Odebrecht. O desembargador Leandro Paulsen inicia o voto.

Primeiro a votar, Gebran Neto, negou todas as preliminares do julgamento. A fala do desembargador durou quase três horas.

Após intervalo de cinco minutos, o magistrado começou a julgar. Gebran diz que a acusação de que Hardt teria “copiado e colado” sentença de Moro “restringe-se a algumas partes”.

Entre as preliminares negadas está a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.

Outra questão negada pelo desembargador foi a validade do material obtido no âmbito da Operação Spoofing. “Todo aquele material foi objeto de interceptação absolutamente ilícita”, destacou.

Passo a passo
O desembargador João Pedro Gebran Neto abriu o julgamento com a leitura do resumo da condenação do ex-presidente.

O procurador Maurício Gotardo Gerum leu a manifestação do Ministério Público Federal (MPF). “A insistência nos ataques ao Ministério Público e ao Poder Judiciário se tornou uma cruzada. O que se vê é uma estratégia defensiva que acaba se perdendo nos seus próprios excessos”, afirmou, ao garantir que Lula “se corrompeu”.

Antes de iniciar a fala, o advogado do Lula, Cristiano Zanin Martins, pediu mais de 15 minutos ao alegar que foi atacado pelo procurador do MPF durante a manifestação. O tribunal negou o tempo extra.

Na defesa, Cristiano Zanin destacou que o MPF tem que agir com base na “impessoalidade, legalidade e imparcialidade”. Em seguida, teceu críticas ao procurador Deltan Dallagnol.

A defesa de Lula destacou ainda que o ex-juiz federal Sergio Moro assumiu um cargo político no atual governo. Em seguida, pediu para o tribunal considerar a Vaza Jato no processo, material divulgado pelo site The Intercept Brasil. “A Vaza Jato vem como reforço de que o apelante não teve direito a um processo justo, imparcial, independente”, disse.

Por fim, Cristiano Zanin sustentou que Lula não recebeu qualquer espécie de vantagem indevida e, por isso, “não praticou qualquer crime”.

Além da defesa de Lula, se manifestam oralmente as defesas de outros três réus: Fernando Bittar, Roberto Teixeira e José Carlos Costa Marques Bumlai.

Entenda
A defesa de Lula contestou a sentença da 13ª Vara Federal de Curitiba e pediu a anulação do processo que condenou o petista por corrupção e lavagem de dinheiro. O caso será julgado pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Thompson Flores e Leandro Paulsen, da 8ª Turma Penal.

Além disso, a turma vai analisar a validade da decisão judicial, com base em questionamentos sobre a ordem de apresentação das alegações finais pelos réus.

Em agosto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, na Operação Lava Jato, por entender que ele deveria ter apresentado as alegações somente após os delatores.

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