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Setor produtivo pede a Pacheco que rejeite MP da reoneração

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) uniram forças para expressar sua insatisfação com as mudanças propostas.

   Quatro importantes entidades do setor produtivo, representando grande parte do emprego formal e privado do país, emitiram uma nota de protesto nesta quinta-feira (4) contra a medida provisória recentemente editada pelo governo federal. A MP visa a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, impõe limitações ao uso de créditos tributários e revisa o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) uniram forças para expressar sua insatisfação com as mudanças propostas.

A reoneração, que permite às empresas reduzirem suas contribuições previdenciárias patronais em momentos favoráveis, tem sido alvo de debates e alterações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a prorrogação da desoneração da folha em novembro, alegando inconstitucionalidade.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou a MP com base na necessidade de zerar o déficit das contas públicas. A proposta prevê a cobrança gradual de impostos desses setores a partir de abril de 2024.

O Senado aprovou a desoneração da folha em outubro, mas, em dezembro, Haddad editou a Medida Provisória em oposição à decisão do Congresso. A nota das entidades destaca: “Todas essas medidas aumentam o ônus tributário que recai sobre o setor produtivo, principal e fundamental gerador de riquezas e empregos que levam ao desenvolvimento econômico e social sustentável.”

Eis a íntegra do ofício das entidades

NOTA DO SETOR PRODUTIVO

O setor produtivo, representado pelas entidades empresariais da agropecuária, do comércio, da indústria, dos serviços e dos transportes, recebeu com surpresa e inconformismo as medidas de aumento de tributação anunciadas no final de 2023 e a forma como foram efetivadas, por meio da MP 1202, sem diálogo prévio com as entidades e em oposição a posições recentemente tomadas pelo Congresso Nacional.

A MP 1202 reonera a folha de pagamentos de 17 setores da economia, limita o uso de créditos tributários decorrentes de decisões judiciais definitivas para pagamento de tributos federais e revisa o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Todas essas medidas aumentam o ônus tributário que recai sobre o setor produtivo, principal e fundamental gerador de riquezas e empregos que levam ao desenvolvimento econômico e social sustentável.

Além de equivocada do ponto de vista econômico, a MP 1202 anula decisões recentes do Congresso Nacional, que por duas vezes em 2023 decidiu pela manutenção da desoneração da folha de pagamento, tendo sido derrubado o veto da Presidência da República, numa demonstração inequívoca da vontade política.

A reoneração da folha de pagamentos aumenta o custo de empregar no Brasil e prejudica ainda mais a competitividade da indústria e do comércio, que já enfrentam concorrência desigual com as importações, em especial com o comércio eletrônico internacional, que não paga os mesmos tributos pagos pelo setor produtivo nacional. Uma situação que já nos impõe a necessidade de questionarmos judicialmente tal equívoco. E que, se revertida, se converterá em uma grande oportunidade para, ao mesmo tempo, aumentar a arrecadação federal e garantir a justiça tributária entre a produção nacional e as importações.

O setor produtivo entende a importância de se buscar o ajuste das contas públicas para que a economia possa crescer de forma sustentada. No entanto, o que temos observado é o aumento das despesas do setor público e a busca do equilíbrio fiscal com o aumento contínuo da receita. O ônus do ajuste não pode cair apenas sobre o setor produtivo. O setor público precisa dar sua contribuição, reduzindo e tornando mais eficientes os seus gastos. Esperamos que o próprio governo reconsidere o envio da MP 1202. E, caso não seja esse o entendimento, que o presidente do Congresso Nacional possa devolver a MP.

As entidades que representam o setor produtivo consideram que o diálogo é o único caminho para que as políticas públicas cumpram seus objetivos. O crescimento econômico e o equilíbrio fiscal são objetivos de toda a nação. Para alcançá-los, é preciso a participação de todos na busca das convergências e dos entendimentos. O setor produtivo está comprometido com o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

  • Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
  • Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
  • Confederação Nacional da Indústria (CNI)
  • Confederação Nacional do Transporte (CNT).

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