✦ Política

Selma acusa Fávaro de caixa 2 em 2018 e "gastar milhões" em ação

  A senadora cassada Selma Rosane Santos Arruda (Podemos) ligou sua “metralhadora giratória” a poucos dias da retomada dos trabalhos no Senado e possível confirmação de sua cassação, confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 10 de dezembro. O principal alvo dela é o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), 3º colocado nas eleições de outubro e que tenta assumir o cargo de senador até a realização de um pleito suplementar, que deve ocorrer em abril deste ano.

Em entrevista ao programa Roda de Conversa, da TV Gazeta, Selma acusou o ex-vice-governador de “gastar milhões” para tirá-la do cargo e tentar assumir a cadeira de senador. “Não é um nem dois. São vários, muitos advogados”, disse.

Segundo Selma, um dos advogados de Fávaro é diretor-jurídico da presidência do Senado, trabalhando direto com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM). “De onde esse Carlos Fávaro está tirando dinheiro, um dia o povo brasileiro vai saber. Eu já sei”, colocou a senadora, acrescentando que os interesses por trás das ações do ex-vice-governador no processo são “obscuros”.

Selma Arruda se referiu a Carlos Eduardo Frazão do Amaral, que faz parte da banca de advogados contrato pelo presidente do PSD em Mato Grosso na ação por caixa 2 contra Selma Arruda. Além de Frazão, outro advogado de destaque na defesa de Fávaro é o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso.

 Na sequência, a senadora cassada acusa o adversário de também ter cometido “caixa 2” na campanha de 2018. Ela explicou que uma das testemunhas de Fávaro revelou gastos eleitorais “em dinheiro vivo”, o que é proibido pela legislação.

“Uma das testemunhas arroladas pelo Carlos Fávaro diz que recebeu, sim, da candidata Selma uma quantia ‘x’, com cheque cruzado, para fazer pesquisa na campanha. E essa mesma pesquisa eu vendi pro Fávaro, só que ele não pagou em cheque, pagou em dinheiro. Isso não é caixa 2”, questionou a ex-juiza, que ainda criticou os membros do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.

“O desembargador fez de conta que não viu nada, não ouviu. O Ministério Público não ouviu,  não investigou e nem vai investigar. Esse processo está cheio dessas coisas e isso é muito perigoso. Eu quero dizer para a população que eu fui retirada porque eu não servia aos interesses obscuros dessas pessoas”.

CASSAÇÃO

Selma Arruda foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRe-MT) por 7 votos a 0 no dia 10 de abril de 2019, por prática de caixa dois e abuso de poder econômico, além de propaganda extemporânea durante a pré-campanha, ao contratar com uma empresa de publicidade com valores acima de sua capacidade financeira. Para o Ministério Público Federal, as apurações e a quebra de sigilo bancário da senadora e seus suplentes comprovaram que a ex-juíza contraiu despesas de natureza tipicamente eleitoral de, no mínimo, R$ 1,2 milhão.

A cassação foi confirmada em 10 de dezembro pelo Tribunal Superior Eleitoral por 6 votos a 1. A decisão ainda determina realização de novas eleições para o cargo. 

Ela ainda segue no cargo até que a Mesa Diretora oficialize a cassação. O Tribunal Regional Eleitoral irá definir no próximo dia 22 de janeiro a data das novas eleições.  A equipe técnica do órgão sugeriu o dia 26 de abril para a realização do novo pleito.

Desde a cassação, diversos nomes surgiram como possíveis postulantes a vaga de Selma. Os de maior destaque são o próprio Fávaro, o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), o ex-governador Júlio Campos, a superintendente do Procon, Gisela Simona (PROS), o deputado estadual Max Russi (PSB) e a empresária Margareth Buzetti (PP), que contaria com apoio do ex-ministro Blairo Maggi (PP).

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