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PGR vê elementos de prova de que Renan recebeu vantagens indevidas, em 2010

 A chefe da Operação Lava Jato na Procuradoria Geral da República (PGR),  subprocuradora-geral Lindôra Araújo, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que prorrogue por 60 dias o inquérito que investiga o envolvimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) nas suspeitas de ilegalidades na construção do Estaleiro Rio Tietê. O pedido decorre da conclusão de Lindôra de que há elementos de prova que indicam que o ex-presidente do Senado recebeu vantagens indevidas das empresas que formavam o consórcio responsável pela obra.

A investigação apura suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por parte de Renan Calheiros, com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Lindôra diz que precisa de mais prazo para a tomada de mais depoimentos, análise de material recolhido em mandados de busca e apreensão, além de dados de investigações da Lava Jato. E pediu que o STF determine que o depoimento de Renan Calheiros seja a última diligência a ser realizada no inquérito.

 

De acordo com a PGR, os investigadores concluem que as vantagens indevidas para Renan teriam sido intermediadas por um ex-assessor do senador, que teria captado doações enviadas para a direção estadual do MDB de Alagoas, em 2010.

A chefe da Lava Jato afirmou ainda que “há fortes indícios” de que o ex- assessor “figurou como captador das doações realizadas”.

“Os elementos de prova até então arrecadados indicam que houve o recebimento de vantagens indevidas pelo senador da República Renan Calheiros, pelo menos no ano de 2010, pagos por empresas que formavam o consórcio para construção do Estaleiro Rio Tietê”, escreveu Lindôra Araújo no pedido.

Estranheza em doação

Os procuradores investigam um e-mail que trata da declaração de doação. Para os investigadores, “causa estranheza o fato de o arquivo ser datado de 25/05/2010, entretanto os dados vinculados indicam que esse foi criado posteriormente em 13/11/2010″.

Outro indício que chama a atenção é o dado “Company: Senado Federal”, que sugere a possibilidade de o arquivo ter sido elaborado a partir de modelo criado em equipamento (microcomputador) de propriedade do Senado Federal.

Defesa

O advogado do senador, Luis Henrique Machado, afirmou ao G1 que não há provas contra Renan Calheiros e classificou a delação do ex-presidente da Transpetro como “irresponsável”.

“Mais uma delação irresponsável de Sérgio Machado. Mesmo gravando clandestinamente o senador Renan, ele não obteve qualquer prova, tampouco abordou o assunto sobre o estaleiro do Tietê. Vale lembrar que, ao todo, são 12 processos arquivados em relação ao senador, na sua grande maioria, pautadas por delações infundadas e despidas de justa causa”, argumentou o advogado de Renan.

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