Presidente do PDT, o deputado estadual licenciado e secretário de Cultura e Esportes, Alan Kardec (PDT), recuou nesta segunda-feira (28) ao comentar sobre a pré-candidatura do vice-governador, Otaviano Pivetta (PTD), que afirmou que abraçaria as mesmas bandeira de Selma Arruda (Podemos) caso seja eleito no pleito suplementar ao Senado que será realizada no dia 26 de abril.
De acordo com Kardec, as declarações de Pivetta são totalmente divergentes da ideologia que é defendida pela sigla e precisam ser alinhadas. “Depois da declaração do Otaviano, nós já conversamos para fazer esse alinhamento. O PDT tem uma maneira diferente de atuar do que a Selma estava pensando no Senado”, disse, numa referência a temas polêmicos, como prisão em 2ª instância, CPI da Lava Toga e combate a corrupção. Além disso, a sigla é oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que conta com apoio de Selma no Congresso Nacional.
As declarações ocorrem após Kardec afirmar que sigla já havia entrado em consenso para que Otaviano fosse o candidato. Na ocasião, o parlamentar praticamente descartou o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan, que também é filiado ao partido e já havia declarado interesse em participar do pleito.
Contudo, após a manifestação de Pivetta, Kardec sinalizou que o “clima” pode ter mudado dentro do partido. Diante disso, vai realizar uma pesquisa para definir o nome que representará a legenda na disputa ao Senado. “Nós temos colocado o nome do Galvan que é presidente da Aprosoja, como filiado do partido e todo filiado do partido democrático pode fazer essa disputa. Então nós sentamos tanto tanto com o Otaviano, como com Galvan para que a gente possa ter segurança no nome que iremos lançar”.
O presidente do PDT ainda comentou sobre os rumores de que Pivetta poderia deixar o PDT para se filiar ao Podemos, de Selma Arruda, após as eleições. Segundo Kardec, o convite já havia sido formalizado anteriormente, quando o ex-deputado Zeca Viana trocou de partido, tanto a Pivetta quanto a seu irmão, o prefeito de Nova Mutum Adriano Pivetta (PDT). Contudo, ambos recusaram. “Naquele momento os dois poderiam sair, tanto o vice-governador quanto o prefeito não tem a cláusula da fidelidade partidária e ambos tiveram conversa conosco que ficaram firme no PDT”, finalizou.
Kardec citou ainda que o vice-governador do Estado sempre que pode defende os ideais “brizolistas”, numa referência a Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul, que fundou o partido em nível nacional.
ELEIÇÃO SUPLEMENTAR
As eleições suplementares ao Senado ocorre após a decisão do do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) que por 7 votos a 0 cassou o mandato da senadora Selma Arruda (Podemos) por prática de caixa dois, abuso de poder econômico e propaganda extemporânea durante a pré-campanha. A denúncia foi impetrada em outubro de 2018. Para o Ministério Público Federal, as apurações e a quebra de sigilo bancário da senadora e seus suplentes comprovaram que a ex-juíza contraiu despesas de natureza tipicamente eleitoral de, no mínimo, R$ 1,2 milhão.
