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Desaceleração na China derruba petróleo ao menor preço desde o início da guerra

Ações de companhias brasileiras que são grandes exportadoras de materiais básicos sentiram o golpe

   Os preços do petróleo caíram de forma acentuada nesta segunda-feira (15) em razão dos sinais de desaceleração da economia da China, principal consumidora da commodity.

No início da noite, o petróleo Brent, referência para a matéria-prima bruta, caía 4,74%, a US$ 93,50 (R$ 476,09) por barril. Isso renovava o preço de fechamento da mercadoria desde 18 de fevereiro, antes do início da Guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

A rigorosa política de Pequim para combater a Covid é apontada como a principal causa para a perda de fôlego da atividade industrial em julho da segunda maior economia do mundo, além de uma persistente crise no setor imobiliário do país.

Ações de companhias brasileiras que são grandes exportadoras de materiais básicos sentiram o golpe, mesmo em um dia favorável para as bolsas mundiais.

Vale e Petrobras, empresas com maior peso na Bolsa do Brasil, tiveram, respectivamente, quedas de 2,15% e de 0,34% nos seus papéis ordinários.

Até mesmo as ações preferenciais da Petrobras, que dão prioridade no recebimento de dividendos e estão valorizadas justamente pelos elevados pagamentos realizados pela estatal, subiram apenas 0,03% nesta sessão.

O peso da desaceleração chinesa nas preocupações do mercado é maior do que o de costume neste momento porque investidores já observam com cautela o movimento de esfriamento da economia dos Estados Unidos.

Embora perda de fôlego moderada na economia americana seja observada com certo alívio, pois tende a permitir a queda dos juros, um recuo forte da atividade mundial seria ruim para os negócios.
“A possibilidade de desaceleração econômica também no gigante asiático jogou os preços de commodities como petróleo e minério de ferro para baixo, levando junto ações de empresas brasileiras”, comentou Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

Apesar do dia fraco para as commodities, o índice de referência da Bolsa de Valores brasileira fechou em alta de 0,24%, a 113.034 pontos. O Ibovespa contou com forte avanço das ações do varejo e de outros ramos excessivamente desconta.

Um dos motivos para a alta do Ibovespa foi o dia ligeiramente positivo em Wall Street, que é referência para os mercados globais. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, subiu 0,40%. Dow Jones e Nasdaq avançaram 0,45% e 0,62%.

Com a temporada de balanços trimestrais chegando perto do fim, os resultados estão animando investidores aqui e no exterior.
Jennie Li, estrategista de ações da XP, diz que 73% das empresas brasileiras acompanhadas pela corretora apresentaram resultados acima do esperado. “Número bastante sólido”, comentou.

Alta global do dólar interrompe valorização do real

​O dólar ganhou força contra a maior parte das moedas nesta segunda-feira, refletindo as preocupações com a China. Investidores costumam optar por ativos considerados seguros em momentos de incerteza. Títulos do Tesouro americano são os preferidos, o que acaba favorecendo a valorização mundial da moeda dos Estados Unidos.

No mercado de câmbio do Brasil, o dólar comercial à vista fechou em alta de 0,35%, a R$ 5,0920 na venda. Nas primeiras horas da manhã, a moeda subiu mais de 1% e encostou na casa dos R$ 5,15.

Na sexta-feira (12), o dólar caiu 1,66%, encerrando a sessão cotado a R$ 5,0740, seu menor patamar desde 15 de junho. No acumulado da semana, a moeda americana tombou 1,86%.

Também na sexta, o real teve a maior valorização diária entre seus pares. A moeda brasileira obteve o maior ganho tanto na comparação com divisas de países emergentes, como em relação à cesta que mede o valor do dinheiro das principais economias.​

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