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Conflito No Mar Vermelho Põe Em Risco Infraestrutura De Internet Global

Os incidentes recentes sublinham a importância de ter rotas alternativas para o tráfego de dados intercontinentais, evitando pontos de congestão como o Mar Vermelho, especialmente em tempos de conflito.

    O recente conflito no Mar Vermelho destacou uma profunda vulnerabilidade na infraestrutura da internet global: a suscetibilidade de cabos submarinos a ataques, dificultando seu reparo e impactando o tráfego web mundial. A maioria do tráfego de internet entre Europa e Ásia Oriental passa por cabos submarinos que se concentram no estreito angosto no extremo sul do Mar Vermelho.

Até agora, esse ponto de estrangulamento já representava riscos à infraestrutura de telecomunicações devido ao intenso tráfego de navios, aumentando a probabilidade de um acidente com âncoras danificando os cabos. Agora, uma nova ameaça se soma: os houthis, grupo terrorista apoiado pelo regime do Irã que opera no Iêmen. Os rebeldes, em apoio ao Hamas, têm realizado ataques a embarcações ocidentais no Mar Vermelho desde outubro de 2023, regionalizando o conflito.

Em 24 de fevereiro, ataques dos houthis impactaram diretamente três cabos submarinos de internet, causando cortes de serviço em alguns mercados. Apesar de nenhum país ter ficado completamente desconectado, a qualidade do serviço de internet piorou instantaneamente na Índia, Paquistão e partes da África Oriental.

O conflito no Oriente Médio não apenas destaca os riscos físicos à infraestrutura de telecomunicações, mas também as complexas questões políticas envolvidas em seu reparo e manutenção. A instabilidade gerada pelos houthis no Iêmen adiciona um desafio extra, como no caso do navio Rubymar, atacado e deixado à deriva, com potencial de danificar a infraestrutura submarina crítica.

Empresas proprietárias de cabos, como a Seacom, com sede em Maurício, enfrentam agora “uma quantidade considerável de coordenação logística” para reparar os danos. Claudia Ferro, chefe de marketing da Seacom, disse ao The Wall Street Journal que as reparações devem começar no início do segundo trimestre, mas fatores como permissões, instabilidade regional e condições climáticas podem alterar esses planos. Além disso, o custo de assegurar os barcos de cabos perto do Iêmen aumentou drasticamente, chegando a US$ 150.000 por dia.

A guerra civil no Iêmen, que dura quase uma década, e a divisão do país em territórios controlados pelos houthis e pelo governo internacionalmente reconhecido criam mais obstáculos, obrigando as empresas a navegar em um ambiente regulatório e político complicado. Esse panorama levanta questões sobre os futuros esforços para expandir a internet, com projetos apoiados por gigantes da tecnologia como o sistema Blue Raman do Google e o cabo 2Africa do Facebook cruzando a região.

Os incidentes recentes sublinham a importância de ter rotas alternativas para o tráfego de dados intercontinentais, evitando pontos de congestão como o Mar Vermelho, especialmente em tempos de conflito. A proteção da infraestrutura submarina crítica é vital não apenas para a manutenção da conectividade global, mas também para a segurança e o desenvolvimento econômico das regiões afetadas.

Várias empresas de internet têm considerado maneiras de diversificar suas conexões entre a Europa, a África e a Ásia. Rotas através da Arábia Saudita, por exemplo, poderiam evitar completamente as águas ao redor do Iêmen.

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