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Bomba: Maduro autorizou garimpo em região de ianomâmis, diz ex-presidente da Funai

A imprensa internacional fez reportagens sobre a liberação, desde 2016, do garimpo no Arco Minerador do Orinoco, uma faixa que ocupa 12% do território venezuelano.

    O ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) Marcelo Xavier afirmou que na região onde estão os ianomâmis desnutridos, na fronteira entre Brasil e Venezuela, houve autorização de extração de minérios pelo governo do ditador Nicolás Maduro, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Em entrevista ao Oeste Sem Filtro na segunda-feira 30, Xavier também explicou que os ianomâmis são povos seminômades e que o fluxo migratório de indígenas para o Brasil tem acontecido por causa da crise famélica pela qual passa a Venezuela, sob Maduro.

Ele também defendeu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostas irregularidades na atuação de organizações não governamentais na região Amazônica.

Os ianomâmis, uma etnia seminômade, estão em uma região de 9 hectares exatamente na fronteira com a Venezuela, sendo que parte do território deles está no país vizinho. “O que sabemos é que ali naquela região do Rio Orinoco o Maduro autorizou a extração ilegal de minério inclusive para sustentar o regime dele”, declarou Xavier. “Isso força naturalmente que os indígenas sejam expulsos de suas áreas.”

A imprensa internacional fez reportagens sobre a liberação, desde 2016, do garimpo no Arco Minerador do Orinoco, uma faixa que ocupa 12% do território venezuelano.

O ex-presidente da Funai não pôde dizer qual a origem dos indígenas desnutridos em Roraima, mostrados em fotografias pelo governo federal. Ao responder sobre a declaração do deputado venezuelano Romel Guzamana, de que aqueles ianomâmis são venezuelanos, Xavier disse que é difícil saber a nacionalidade deles e explicou que são povos isolados de recente contato que não têm certidão de nascimento para comprovar a nacionalidade.

“São indígenas isolados, de recente contato, que não têm certidão de nascimento. Não têm o Rani (Registro Administrativo de Nascimento de Indígena). É muito difícil dizer de onde vêm e para onde vão”, explicou.

Porém, voltou a destacar que são povos cuja cultura leva à migração e que as condições de penúria no país vizinho, somadas ao garimpo, fizeram com que muitos viessem ao Brasil. Ele também lembrou que indígenas de outras etnias, vindos de países próximos, se espalharam pelo Brasil.

“Tem a própria característica de nômade da etnia e esses fluxos ocorreram sim por causa da opressão no país vizinho. Assim como ocorreu no Peru, por causa do narcotráfico, do desmatamento, da exploração do petróleo. E  não só os ianomâmis, mas também outras etnias em razão da pior crise famélica da América Latina”, afirmou Xavier. “A migração de indígenas de outros países para o território brasileiro é um fato.”

Sobre a proposta do senador Plínio Valério (PSDB-AM), de instaurar uma CPI para apurar a atuação de ONGs na Amazônia, feita ainda em dezembro do ano passado, antes das denúncias do governo Lula sobre os ianomâmis, Xavier disse que essas entidades receberam verbas milionárias e pouco foi feito.

Segundo o ex-presidente da Funai, as denúncias agora feitas publicamente contra o governo de Jair Bolsonaro fazem parte de um problema que se arrasta há pelo menos quatro décadas e, da forma como foram feitas, “visam esconder e escamotear a realidade do problema”. “Acho muito importante ver o que há por trás disso”.

Revista Oeste

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