Álex Saab e as confissões de ‘Pollo’ Carvajal: casos cheios de vergonha e medo

  O presidente Iván Duque anuncia que a Colômbia reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

6 de dezembro de 2020: O governo colombiano, por meio de nota do Itamaraty, desconhece as eleições legislativas na Venezuela e, consequentemente, a legitimidade da Assembleia Legislativa.

19 de outubro de 2021: Apesar da posição clara do Governo e da autoridade constitucional do presidente para “Direcionar as relações internacionais”, os senadores Yezid García, da Aliança Verde, mas com um coração na Colômbia Humana, e Jorge Eliécer Guevara, senador do mesma Aliança, mas ex-senador do Polo e, pelas suas contas, ex-presidente da FECODE! Eles apresentaram uma proposta de criação de uma comissão bilateral com a Assembleia da Venezuela, para normalizar as relações diplomáticas e comerciais.

A proposta, supostamente aprovada por unanimidade, receio muito que tenha sido “por escrivaninha”, sob um procedimento que sempre me pareceu irresponsável: O secretário lê, geralmente no final das sessões plenárias e, a seguir, o presidente mecanicamente reza a seguinte ladainha: “lida a preposição, está em discussão, a discussão vai encerrar, a discussão é encerrada, a proposição aprovada”, e pronto; isso é unanimidade. É assim que decoram metade do país e até montam macacos, como o de uma espúria comissão bilateral com o parlamento venezuelano.

19 de outubro de 2021: com diligência incomum, o Presidente do Senado da Colômbia oficializa o Presidente da Assembleia da Venezuela para comunicar as “boas novas”.

20 de outubro de 2021: Com a mesma diligência, o presidente da Assembleia da Venezuela aceita de bom grado o convite. Imagine se ele não fosse aceitar esse “papayazo” de legitimação, porque a Venezuela não está mais à beira do colapso, mas no fundo do abismo, e Maduro não tem mais medo, mas terror.

Essa é a minha vergonha número um, porque o processo é embaraçoso, a preposição é embaraçosa, e então me pergunto: Que favor eles estavam fazendo e para quem estavam fazendo?

Agora, vergonha número dois. Embora o apelido não o favoreça, “El Pollo” Carvajal não é um “pattinchado” , mas um ex-general venezuelano, ex-deputado da Assembleia Nacional e ex-diretor da Contra-espionagem Militar, que se atreveu a denunciar perante o Tribunal Nacional de Espanha, que o regime de Maduro financiou candidatos e presidentes do Socialismo Bolivariano na região, incluindo o Petro.

Ele terá que provar, mas se os ex-militares chavistas quisessem impedir a todo custo a extradição para os Estados Unidos, não acho que contar mentiras tenha sido uma boa estratégia e, além disso, nada mais é do que uma confirmação, valiosa , é claro, de algo que já conhecíamos.

Petro, especialista em autossuficiência , pediu ao Supremo Tribunal que o investigasse e em breve irá à parcial CIDH, que já o salvou quando sua corrupção mexeu com o lixo da capital. Criou mais Carvajal, que tem muito a perder se contar mentiras, e Diosdado, que confirmou publicamente que Petro havia pedido ajuda para sua campanha política.

A terceira vergonha é a de Saab , outro colombiano envolvido com o vizinho ‘regime do narcotráfico’. A Saab está nos Estados Unidos e, ao que parece, tal era a sua posição nessa rede de corrupção, que justifica o terror do ditador e de seus sócios, entre eles Petro. Não surpreendentemente, em seu desespero para evitar a extradição, Maduro o nomeou embaixador primeiro e, em seguida, negociador sênior com a oposição, mas não foi útil para ele.

Políticos progressistas recebendo ajuda venezuelana; Empresários colombianos enredados nessa grande corrupção, e congressistas colombianos fazendo um gigantesco “urso”…, ou um favor conveniente- Que pena!