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Golpe do cartão de crédito clonado: saiba como identificar e se proteger do crime

Algumas pessoas guardam dados do cartão de crédito, como senhas ou fotos do cartão, no celular ou computador. Se esses dispositivos são furtados ou hackeados, golpistas poderão acessar os dados

   Um pagamento estranho aparece no extrato do seu cartão de crédito e você não consegue identificar quando fez aquela compra. Esse é o primeiro sinal de que o seu cartão pode ter sido clonado e uma outra pessoa está fazendo pagamentos com ele.

O Estadão conversou com especialistas da área do direito do consumidor para mostrar como esses golpes podem ser identificados, como eles funcionam e quais são as estratégias para se prevenir e lidar com uma possível situação de fraude.

Como identificar se o meu cartão de crédito foi clonado?

A maioria das pessoas identifica a clonagem do cartão de crédito ao perceber compras desconhecidas na fatura. No documento, o consumidor consegue verificar, pelo horário, loja e valor, que não fez aquela transação.

Um importante aliado nessa prevenção é a ativação das notificações no celular, por e-mail ou SMS do banco emissor do cartão, diz Mariana Rinaldi, especialista da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). O serviço alerta o consumidor praticamente no momento das atividades incomuns ou grandes transações, o que agiliza o bloqueio do cartão. Alguns bancos podem inclusive bloquear e avisar de compras que parecem estranhas ao comportamento usual de compra do consumidor, evitando a fraude.

É difícil saber se o cartão foi clonado sem que ele tenha sido utilizado, afirma Frederico Glitz, advogado na área do direito do consumidor e professor da Universidade Federal do Paraná. Por isso, ele recomenda checar sempre a fatura do cartão.

“Não confie apenas no monitoramento do banco. Muitas vezes os golpistas fazem compras pequenas para testar a segurança, que usualmente estão abaixo do radar de proteção do banco”, diz Glitz.

Como o cartão de crédito é clonado?

Existem diferentes formas de se clonar um cartão de crédito. Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que o ponto em comum é a disponibilização de dados a terceiros.

Skimmers

São dispositivos instalados ilegalmente em caixas eletrônicos, terminais de pagamento ou outros leitores de cartões com a finalidade de capturar as informações do cartão. Com os dados coletados, golpistas usam para fazer compras ou clonar o cartão, alerta Rinaldi.

Clonagem física

Nesse tipo de clonagem, os golpistas possuem acesso ao cartão físico. Isso pode ocorrer em transações legítimas, como restaurantes ou lojas, em que os golpistas tiram fotos dos principais dados do cartão (número, código de verificação e nome) ou usam um dispositivo para copiar as informações, afirmam os especialistas.

Glitz diz que também é possível que a vítima seja distraída para digitar a sua senha no campo do valor, fornecendo os números aos golpistas. Esse é chamado de “golpe do delivery” ou da “máquina que não funciona”.

Phishing

Esse tipo de golpe consiste em utilizar “iscas” para que a vítima clique em links que levarão a sites que roubam dados. Aparentemente, as mensagens são enviadas por organizações legítimas, como bancos, Correios e grandes lojas, explica Rinaldi.

“Tais mensagens solicitam de forma educada por atualizações, validação ou confirmação de informações da sua conta, sempre dizendo que houve algum problema ou oferecendo uma grande promoção”, afirma a especialista.

O usuário é redirecionado a um site falso que solicita informações pessoais e bancárias, resultando em roubos de identidade. “Não preencha seus dados em sites não conhecidos. Na dúvida, veja se existe o desenho de cadeado ao lado do domínio ou se este é o correto (muitas vezes são endereços apenas parecidos)”, recomenda Glitz.

Centrais telefônicas falsas

Nesse golpe, a vítima é convencida por telefone de que está sendo fraudada e por isso precisa fornecer seus dados ou até o próprio cartão. Segundo Glitz, o golpista se passa por funcionário de banco ou de empresa de cartão de crédito Além de solicitar dados, é possível que peçam o seu cartão físico, que será buscado em sua casa. Nenhuma empresa confiável faz isso, diz o advogado.

Dispositivos hackeados ou furtados

Algumas pessoas guardam dados do cartão de crédito, como senhas ou fotos do cartão, no celular ou computador. Se esses dispositivos são furtados ou hackeados, golpistas poderão acessar os dados.

Compras online

Após fazer compras online, dados do cartão de crédito podem ficar guardados nos sites. Em vazamentos de dados, golpistas podem conseguir esses dados salvos em determinada loja virtual. Os vazamentos podem ocorrer devido a falhas de segurança, ataques cibernéticos ou funcionários mal-intencionados, diz Rinaldi.

“Evite armazenar dados de pagamento. Se precisar, tente habilitar um cartão eletrônico de utilização única (cartão virtual)”, recomenda Glitz.

O que fazer ao perceber que meu cartão foi clonado?

O primeiro passo é contatar a instituição financeira, informar as compras desconhecidas e solicitar o bloqueio do cartão, evitando futuros pagamentos. Essa opção pode aparecer no aplicativo do banco. Caso não utilize o aplicativo, ligue para o número de telefone que consta no verso do cartão, diz Glitz.

É preciso contestar rapidamente o valor das compras desconhecidas na fatura. Para isso, Glitz coloca que cada instituição possui um procedimento diferente.

É também essencial fazer um boletim de ocorrência em delegacia especializada em crimes eletrônicos.

Como se prevenir da clonagem de cartão?

Os especialistas ouvidos pelo Estadão destacaram algumas dicas importantes para proteger os dados do seu cartão de crédito. Confira abaixo:

  • Controle regularmente a fatura e saiba identificar suas compras
  • Verifique se o seu cartão tem seguro. No caso de fraude, o reembolso é mais simples.
  • Em compras online ou páginas que solicitam dados pessoais e bancários, verifique a URL e se o site é confiável . Busque avaliações do estabelecimento para checar sua a reputação. Procure o ícone de um cadeado na barra de endereço
  • Use o cartão virtual para compras online. Trata-se de um novo número de cartão gerado pela instituição financeira que irá expirar em poucas horas. Para acessar, normalmente os bancos oferecem a opção em seus aplicativos ou internet banking.
  • Proteja fisicamente o cartão: mantenha em um local seguro quando não estiver em uso. Evitar deixar visível ou acessível em locais públicos
  • Não empreste o cartão a outras pessoas, a menos que seja absolutamente necessário
  • Verifique os dispositivos de pagamento para qualquer sinal de manipulação ou dispositivos adicionais suspeitos
  • Nunca compartilhe o número de cartão de crédito, código de segurança (CVV), datas de validade ou senhas com outras pessoas, a menos que seja em um contexto confiável
  • Se alguém entrar em contato solicitando informações pessoais ou detalhes do cartão, verifique a autenticidade da solicitação
  • Use senhas fortes
  • Suspeite de mensagens que solicitem informações pessoais ou financeiras
  • Evite fazer compras ou inserir informações pessoais em computadores públicos ou redes Wi-Fi não seguras
  • Configure alertas de transações na conta bancária ou com o emissor do cartão para receber notificações imediatas sobre atividades suspeitas
  • Mantenha os dispositivos (computadores, smartphones, tablets) atualizados com as versões mais recentes de software e sistemas operacionais para evitar vulnerabilidades de segurança.

Estadão

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